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Selecionando músicas

por Roger Fernandes, Abril/2016

 

 

 

"E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai." - Colossenses 3.17 (ARA)

Introdução

       Deus não faz nada “meia boca”. Deus não fez nada por fazer. Não faz nada “empurrando com a barriga”. Cada criação de Deus demonstra Sua grandeza, Sua beleza, Sua perfeição.

 

     Você já dedicou algum tempo em observar o quanto nosso Deus é detalhista em tudo quanto fez e faz? Olhe para a natureza, por exemplo. Veja que cada ser tem suas próprias características, suas peculiaridades. Deus foi muito minucioso ao criar cada ser vivente. Observe o ser humano; pense na complexidade de tudo que há em nosso corpo. Pense na complexidade do que se passa na mente de cada ser humano.

 

       Pois bem... se Deus sempre foi tão zeloso em tudo quanto fez e faz, devemos imitá-Lo e buscar retribuir tão grande amor servindo-O com dedicação verdadeira! Oferecendo a Ele o melhor em tudo quanto fizermos!

 

 

Selecionando

     Selecionar músicas para cantarmos com a Igreja pode parecer algo simples. E realmente é tratado como algo simples por aqueles que não tem interesse em avaliar de maneira criteriosa uma série de aspectos que deveriam sim ser levados em consideração.

 

      Ao selecionar músicas para cantar com a Igreja não podemos simplesmente agir como se estivéssemos escolhendo uma música para ouvir no carro, ou para ouvir no celular, por exemplo.

 

      Pare e pense por um instante: quando você está escolhendo uma música para ouvir no carro, está mais interessado no ritmo do que busca ouvir ou está mais interessado na mensagem que a música apresenta? Muitos de nós até prefere colocar numa rádio, seja no carro, seja no celular, para não se ver obrigado a gastar tempo e energia em ficar escolhendo muito.

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Mas vamos aos critérios que precisamos observar:

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  • As músicas que cantamos com a Igreja precisam ser resposta de oração. Você pode estar se perguntando: Como assim, resposta de oração? Sim, devemos buscar a Deus em oração pedindo que Ele mesmo nos oriente na escolha das músicas. O Espírito Santo há de nos conduzir nesse propósito.

 

Nota

É por este motivo que temos de respeitar a decisão do Ministro de Louvor. Se ele escolheu determinada música que eu ou você não gostamos, ou caso já tenhamos cantado essa música inúmeras vezes, ainda assim é importante respeitarmos a escolha. A não ser que o próprio Ministro de Louvor ofereça espaço para sugestões.
Não estou afirmando que a opinião e escolha do Ministro de Louvor seja mais importante que a opinião e as sugestões que os demais músicos possam apresentar. Estou afirmando que o Ministro de Louvor deve se manter em constante oração para que Deus lhe confirme Sua vontade, inclusive, nas escolhas das músicas que cantamos durante o culto coletivo.

 

  • O ideal é que sejam músicas que apresentem uma mensagem direcionada ao mesmo tema que foi escolhido para meditação Bíblica.
    John MacArthur, em seu livro Adoração, a prioridade suprema
    (1), pontua: “... A pregação é um aspecto insubstituível de toda adoração coletiva. De fato, todo o culto deveria girar em torno do ministério da Palavra. Tudo mais é ou preparatório, ou é uma resposta à mensagem das Escrituras... ”
    Vamos imaginar por um momento se, em determinado culto, tenhamos escolhido músicas que falem sobre sermos mais que vencedores Nele, que nos incentivem a sermos destemidos, sermos ousados, enfim, músicas que nos encorajem a lutar, etc... Vamos considerar, inclusive, que sejam músicas animadas, agitadas, etc... Em contrapartida, digamos que exatamente nesta mesma ocasião a pregação da Palavra seja totalmente “branda”, com enfoques como: que sejamos humildes, que tomemos percepção de nossas limitações, que sejamos simples, que esperemos no Senhor, etc...

    Observe que ambos os temas são verdade e biblicamente pautados, mas fica a sensação que parte do culto foi direcionada com um tema e a outra parte do culto, a principal, foi direcionada com outro tema.

 

  • O estilo musical precisa ser adequado à realidade da Igreja onde você escolheu ser membro. Não adianta querer impor ritmos extremamente diferenciados numa congregação que seja mais conservadora. Em pouco tempo você verá que está cantando sozinho, sendo que o propósito real do Ministério de Louvor é estimular a Igreja para que toda a congregação cante.

 

Nota

Agora vou parecer contraditório: dentro do possível, de forma gradual e sem excessos, procure sim variar um pouco nos estilos musicais, mas com cuidado...    a ideia é agregar à música congregacional novos arranjos, novas formas de cantarmos as mesmas letras, porém com mais beleza, com esmero, com primor.

 

  • É recomendável observar a reputação do grupo musical que gravou as músicas. Ao cantarmos uma música de determinado cantor que apresenta comportamentos questionáveis, estaremos correndo um grande risco de sermos vistos com maus olhos. Como se nós mesmos estivéssemos fazendo “vistas grossas”, como se estivéssemos “aprovando” os tais comportamentos.

 

 

Adaptando

        Há um aspecto que não está necessariamente ligado à escolha das músicas congregacionais, mas que precisa ser levado em consideração: pode acontecer de uma música não ser muito “acessível” à Igreja. Acessível em relação ao tom da música (quando precisamos forçar muito a voz, a garganta, o abdômen para alcançar a altura da música), acessível na quantidade de arranjos, na quantidade de modulações, etc.

 

        Nestes casos, é importante procurar um meio termo, mesmo que seja necessário fazer algumas adaptações como abaixar 1 ou 2 tons para que fique numa altura que a igreja alcance, diminuir a quantidade de arranjos, diminuir a quantidade de modulações, tudo isso visando obter o retorno que tanto esperamos: ouvir a Igreja cantar!

 

        Sei que isso talvez seja de difícil aceitação para muitos músicos. Sei, inclusive, que algumas músicas, ao ouvido dos músicos, ficarão sem aquele “brilho” que nos chamou a atenção quando conhecemos determinada música. Mas não podemos perder o foco: nosso objetivo como Ministério é estimular a Igreja a adorar a Deus por meio da música e, em alguns momentos, teremos de abrir mão de certas preferências pessoais para cumprir o propósito de nosso Ministério!

 

      É necessário até mesmo baixar alguns tons quando cantarmos músicas do Cantor Cristão ou Hinários que seguem o mesmo perfil. Se não fizermos isso, vai chegar um momento que a Igreja não conseguirá alcançar tons tão elevados e deixará de cantar.

 

 

Conclusão

      Tenho certeza que não esgotei aqui todos os aspectos que necessitam de atenção por parte daqueles que desejam ser reconhecidos como verdadeiros adoradores. Principalmente, porque estou “restringindo” minha abordagem à música como meio de adorar a Deus. O verdadeiro adorador sabe que a música é exatamente isso: um meio, não um fim em si.

 

      Busquemos a direção do Senhor sempre que estivermos selecionando músicas para cantar com Sua Igreja. E que não fiquemos limitados aos nossos gostos e preferências, mas que nos coloquemos sensíveis à Sua direção!

 

 

 

 

 

 

(1) livro Adoração, a prioridade suprema - John MacArthur - Editora Hagnos

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